segunda-feira, 18 de abril de 2011

A CERTEZA DO CONTRA-SENSO



Primeiramente, essa não sou eu, ou nenhuma amiga ou algo do tipo ta?! Acredite se quiser... Ou não... Ou, ou, ou!!!!!!!
Assim, começaremos com o famoso “era uma vez”.
Era uma vez... Não mesmo!!!!!!!!
Começar assim nos leva a pensar que aqui será descrita uma historinha de amor da Disney, e definitivamente não trataremos de um conto de amor.
Começaremos então com outro início, pra minha pequena aventura novelesca se tornar um pouquinho mais real.
Em algum lugar por aí bem perto de você, ou podendo ser você mesma, estava deitada na cama, pensativa, a nossa personagem principal, conhecida por Maria. È Maria mesmo! Mais comum impossível, sabe por quê? Por que todas nós somos comuns e quase iguais, mudamos somente pela compulsão por sapatos ou roupas.,. Por isso MARIA!!!!!
Como ia dizendo... Maria estava deitada na cama, apreciando o movimento dos besouros hipnotizados pelo brilho néon da lâmpada de seu quarto, quando percebeu que a vida não era tão fácil quanto ela achava. Não diria a vida, porque desde muito cedo nos tocamos que ela não é fácil, seja por que sua mãe te deu umas belas porradas, ou porque a Xuxa só voltaria no outro dia e te deixaria sozinha a tarde toda, ou porque seu pai acha que você só precisa de alimento pra viver feliz e sair é uma besteira altamente controlável, se você realmente tentar.
No entanto, naquele instante, Maria conseguiu observar a real dificuldade de uma vida amorosa, ou seria a falta dela?!
Tudo começou com uma mistura de informações batidas num liquidificador de araque, mas precisamente composta de dois ingredientes:

  • 1º - Blue Valentine e,
  • 2º -  Christina Perri

Isso mesmo! Maria teve que vê esse filme e ouvir essa cantora pra perceber que é uma fudida, que não sabe absolutamente nada de nada, principalmente de relacionamento amoroso. Até porque venhamos e convenhamos que é mesmo difícil pra caralho entender bem disso...se é que alguém realmente entende de alguma coisa!
Bem, Maria viu o título do filme no Dr. Google e se interessou, porque a atriz que faz o filme, aquela cujo marido se matou e fez um filme onde seu personagem era gay (claro que é o Heath Ledger né), pois é... Ela estava sendo indicada ao Oscar por esse filme e Maria resolveu comprar.
Maria estava muito carente e achava apenas, que iria se divertir com uma boa comédia romântica, com final feliz, sofrer um pouquinho por estar sozinha e pronto! Continuaria a vida, provavelmente começando pela internet.
Então a surpresa... O filme era FODÁSTICO, ou seja, não estamos falando de comédia romântica, até porque ninguém sai de um cinema achando que a historinha de Hugh Grant, Jennifer Aniston, Ashton Kutcher ou Sandra Bullock é fodástica, no máximo ganha um “legal”!
Enfim, nossa personagem foi pega de surpresa por um filme realista, por um roteiro que realmente existe do lado de cá daquela grande tela ilusória que é o cinema romântico.
O filme é perfeito, conta uma série de encontros e desencontros amorosos entre os personagens, o efeito da paixão insensata e o sofrimento da consciência da falta de amor que sucumbe qualquer tentativa de reaproximação.
“Que coisa horrível!!!”, vocês devem estar pensando, porém Maria sentiu-se realizada ao ver aquela tão fascinante história, discutida através de personagens tão brilhantemente interpretados.
Maria só estava querendo “roer” um pouquinho, pois é!!! Sofrer voluntariamente, buscar essa melancolia de não amar e nem ser amada, e simplesmente morrer de inveja daqueles que andam de mãos dadas e suadas de tanto apertar, se beijando em uma praça qualquer. No entanto, acabou encontrando a versão realista do motivo de seu pezar.
Viu que as paixões surgem realmente do nada, apesar de sempre estarmos esperando, e te pega de um jeito que te faz emburrecer, no entanto, na mesma facilidade que chega, se esvai, acabando com o desejo, o respeito e, como um tabefe dado por uma namorada traída, mostra que não adianta lutar por algo que não terá mais volta.
Então Maria pensou que era melhor estar sozinha mesmo. Não queria terminar de uma forma brusca e cheia de mágoa, algo que começou de uma forma tão bela e até mesmo, ingênua.
Maria sabia que muita gente iria criticar dizendo: “Mas você tem que pensar nos momentos bons que tiveram”. Ela sabia que teriam momentos bons, mas não o suficiente para suprir as mágoas decorrentes do término, e no final, o que lembraríamos, seria somente a decepção e a sensação de perca de tempo vivendo uma mentira.
Maria, então, ficou revigorada (isso mesmo, ela era uma pedra de gelo naquele momento), e se satisfez em estar sozinha, beijar uma vez por semana, ou de quinze em quinze dias um cara qualquer, feliz por ser desejada por homens que na verdade não querem nada sério e se conformar que namorar é algo que ninguém está disposto a oferecê-la. Isso era MARAVILHOSO!!!!
Assim, mergulhada em sua nova certeza, Maria rumou para o fantástico mundo da internet, e vasculhando novidades musicais no Vagalume, encontrou, em uma playlist qualquer, uma bendita cantora chamada Christina Perri.
“Vou vê se ela é legal, pelo jeito é mais uma couver paraguaia da Avril Lavigne”.
Maria se fudeu legal novamente, por que a mulher canta pra Caralho e da Avril ela só tem mesmo, a grotesca bota do clipe Jar of Hearts.
Maria baixou o singelo CD de pouco mais de seis músicas e, novamente, confundiu a sua certeza anterior.
As melodias eram envolventes, seduziam ao mesmo tempo em que instigavam o sofrimento, gerando uma incontrolável sensação de querer ser arrastada para a fossa ao som daquela fascinante e sonora nostalgia.
Daí, quando Maria viu as letras pensou “agora não sei mais de porra nenhuma”.
Tinha acabado de se revigorar com um fim de um relacionamento, por que somente aquele término geraria a felicidade, e agora estava diante de uma letra que refletia a tragédia de um fim, mas com uma filosofia inversa, como se a pessoa que tivesse escrito, se tornasse mais feliz se, mesmo sofrendo, estivesse ao lado do amado. È foda!
Por isso, quando Maria viu o sofrimento da perda ou mesmo o despeito ao tratar a pessoa amada, retratado naquelas notas musicais, percebeu, por um breve instante, em um devaneio sedutor, que poderia ser ela chorando e escrevendo em seu diário eletrônico, e por um azar mundano, suas angústias estavam, naquele momento, latejando em sua cabeça sendo cantadas por uma tal de Christina; Christina essa, que a pouco era apenas uma desconhecida e acabara de se transformar em uma puta leitora de mentes.
“Meus Deus”, pensou Maria, “ Não quero ser uma personagem de Blue Valentine”....Ela queria ser retratada no single daquela Christina, queria sentir aquela dor e perder um amor , porque ela queria amar, cassete!Nem que fosse pra se fuder depois.
Maria não queria beijar irmãos, nem mesmo os de suas amigas, não queria se afundar no etílico fundo de um copo de estrato de tomate, nem ter a terrível sensação de apenas ser considerada uma perigete qualquer, tendo que se consolar de uma ficada vergonhosa em meio a sede de uma ressaca.
Maria necessitava, naquele momento em especial, de um príncipe encantado, daqueles de historinhas da Disney e ter só mais um final de Grant, Aniston, Kutcher ou Bullock .
Sabe por quê? Por que no final de tudo a contradição era a única certeza que reinava na cabeça de Maria, e a cada música que ela escutar, ou a cada filme que ela assistir, poderá, novamente, se contradizer e passar, drasticamente, de uma solteirona feliz para uma melancólica mocinha de novela das seis, ansiosa por seu amado, assim como fez nessa saga.
Mas o que realmente não irá mudar em Maria, pelo menos por hora, é que, querendo ou não, a vida não é um mar de rosas e o amor é foda mesmo, porque hoje impera o vazio e ela está, a cada dia, sendo modificada de uma maneira cada vez mais explícita e sem volta.
Não sei quanto a minha “fictícia” personagem, mas pra mim, a recuperação da consciência é uma MERDA!



Um comentário:

  1. A demora valeu a pena amiga...
    muito bom esse texto... vou nem dizer q parece comigo neh!! A rainha da contradição!!!
    kkkkkkkk
    Anatany Henriques

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